Quantos sou eu?
Quantos sou eu, nesta dimensão?
Um, dois, três ou um milhão?
Incertezas que afligem o pensamento.
Qual EU dos meus EUs, sou EU, no momento?
O EU maquiado, quase sempre elegante,
Face serena, olhar confiante,
Atento a tudo que vive,
Fala calma, atitude polida?
O EU sorrateiro, obscuro e arredio,
Que no escuro dos erros transita vadio,
Escondendo os defeitos que assumiu no caminho,
E no íntimo da alma, vive sozinho?
O EU submerso, que de mim mesmo é ausente,
Que eu desconheço, pois não se faz presente,
Mas que se desnuda a muitos, sem nenhum pudor,
E que talvez, de dentro me olhe, perscrutador?
O EU intangível, que brota do fundo do ser,
Sem controle, sem rumo, sem se perceber,
Impávido, feroz, sempre a emergir,
Quando os outros EUs decidem dormir?
Luís Renato Silveira Costa
Enviado por Luís Renato Silveira Costa em 03/12/2017